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Embriologia Humana: Você perdeu esta aula ?

Você saiu e encontrou um homem, ficou muito interessada por ele, rolou química, as coisas esquentam e vocês decidem juntos que querem fazer sexo e fazem. Por razões que vão desde os 5% de falha dos anticoncepcionais, até uma emoção intensa no ato praticado, aquele orgasmo torna se uma situação que precisará ser discutida por ambos, mas que no final de todas as considerações, só um dos dois poderá decidir o que fazer: Abortar ou não Abortar, eis a questão.



Enquanto você analisa todos os prós e contras de uma gravidez que não foi planejada, existe uma série de acontecimento biológicos agindo dentro de você. Mas tudo que você sabe sobre isso é o que a sociedade moralista, patriarcalista, machista e religiosa te dizem: Aborto é assassinato!

O que realmente esta acontecendo dentro de você?

Após o contato do espermatozoide com o óvulo, leva se 30 horas para que aconteça a fecundação. A fecundação acontece quando espermatozoide e óvulo unem se para formar uma célula única que carregará em si características genéticas doadas por homem e mulher, estas características são conferidas através dos cromossomos.



A célula formada da junção do espermatozoide com o óvulo chama se ZIGOTO (não feto como querem fazer acreditar os provida);

Atravessando a tuba uterina em direção ao útero, acontece a clivagem do ZIGOTO, que se divide em duas células chamadas BLASTRÔMERO. Este divide se em 4 células, depois 8 e assim sucessivamente até formar a MÓRULA.


A MÓRULA então chega ao útero, recebendo em seu interior líquido da cavidade uterina que dividem na em duas camadas, uma interna e outra externa, a entrada destes líquidos força a formação de uma cavidade blastocística e neste momento, o concepto passa a ser chamado de BLASTOCISTO. A implantação completa se dá com 10 dias de gestação;

Por volta do 14°dia, o embrião apresenta a forma de um disco bilaminar;


No inicio DA TERCEIRA SEMANA acontece a GASTRULAÇÃO. Onde este disco será diferenciado de bilaminar para trilaminar, marcando o inicio da formação do corpo, ou morfogênese.

Neste período formam se 3 camadas de células: Ectoderma que é responsável pela formação do sistema nervoso; Mesoderma que é responsável pela formação dos tecidos conjuntivos cartilagem; Endoderma que é responsável pela formação do revestimento epitelial dos tratos gastrointestinal e respiratório assim como glândulas tireoide e paratireoide; timo; fígado; pâncreas.

O sistema nervoso começa a ter indícios de formação aos 18 dias de gestação, mas somente no final da quinta semana de gestação estarão formadas as estruturas que darão ORIGEM à maior parte do esqueleto axial (cabeça, pescoço e tronco).

O sistema nervoso continua se desenvolvendo durante toda gestação e após o nascimento também.

Bom, vamos às considerações sobre o processo descrito:

Podemos nos perguntar com base das informações acima: Ao término da fecundação temos uma Vida?

Bom para quem respondeu que sim, levanta se outra questão, como pode haver uma vida já formada se 14 ou 15 dias após a fertilização, o embrião pode dar origem a dois ou mais embriões?

Resposta: Um ser humano pronto não é capaz de formar a outro ser humano por divisão celular, ou podemos gerar outro individuo sem o processo da gestação? Não né. Mas um amontoado de células pode.

Outra observação importante é a de que é provável que embriões nunca passem de um amontoado de células, sabe por quê?

Resposta: Por que estima se que 50% dos óvulos fertilizados não alcancem a parede do útero sendo eliminados na menstruação.

Os gametas feminino e masculino são células vivas, programadas evolutivamente para constituir novos indivíduos, se uma célula com este poder fosse considerada origem da vida, teríamos um genocídio cada vez que um homem se masturbasse, pense nisso…

Se um óvulo fecundado realmente fosse considerado vida com todos os direitos morais, quantos filhos as pessoas enterrariam durante toda vida reprodutiva?

E se é uma vida, por que não há enterro e certidão de óbito para os pobres óvulos fecundados assassinados por alguma entidade etérea desconhecida, ou falhas no processo?

Perguntar quando começa a vida, pode receber inúmeras respostas, desde as de cunho religioso, até achismos variados, mas cientificamente falando, a resposta mais aceita no mundo é de que: A vida começa com a atividade cerebral.

No Brasil e no mundo existe consenso de que a vida tem seu fim quando no cessar das atividades cerebrais, por simetria a vida tem início quando há inicio das atividades cerebrais. E baseado nesta afirmação pode se concluir que um aborto realizado antes da formação do sistema nervoso, não trata se de interrupção de uma vida.

Ao afirmar que a vida tem inicio com a atividade cerebral o que queremos dizer?

O período fetal inicia-se a partir da 10ª semana pós-concepção e vai até o nascimento. Neste período os órgãos passam por um processo de crescimento e amadurecimento até atingirem condições de funcionamento, no final da gestação.


É neste período também que surgem os primeiros espasmos de atividade cerebral, porém esta atividade cerebral é ainda muito rudimentar e não confere ao feto todos os critérios de humanidade, esta formação estará desenvolvida, ainda que de forma incompleta por volta do 20º semana da gestação em curso.

Esta opinião não vai de encontro apenas com a comunidade cientifica completamente desvinculada da visão da religião, muitos teólogos cristãos a sustentam também. Joseph Fletcher, um dos pioneiros no campo da bioética nos EUA, por exemplo, “Fletcher acreditava que, para se falar em ser humano, é preciso se falar em critérios de humanidade, como autoconsciência, comunicação, expressão da subjetividade e racionalidade”, diz o filósofo e teólogo João Batistiolle, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

O que nos confere a caracterização de VIDA HUMANA não é a nossa forma, mas a nossa capacidade cognitiva, que é algo especifico da nossa espécie, nenhuma outra espécie tem neurônios capazes de produzir exatamente o que nos diferencia de todos os demais animais: O estado de consciência. É exatamente também este estado de consciência, que cessa junto com a atividade cerebral, que é considerada morte, determinando inclusive o desligamento de aparelho de manutenção artificial da vida, de seres humanos formados, com coração batendo, e mesmo que artificialmente respirando.

Com base de todas estas informações, fica a pergunta: Por que não abortar?

Verinha – Formada em Ciências Biológicas pela Universidade Ibirapuera – Especialização em Manejo e Conservação da Fauna Silvestre – Universidade de Santo Amaro.
Bibliografia:Schneider, Cinthia. APOSTILA DE EMBRIOLOGIA e GENÉTICA. Disponível em: http://www.sogab.com.br/apostiladeembriologiaegenetica.pdf