Mesmo estando no século XXI, mesmo tendo passado por várias revoluções sexuais, o sexo ainda é um tabu! E isso não é diferente quando falamos de cinema. O sexo sempre esteve presente nas telonas, mas na maioria das vezes, é tratado com preconceito. Ainda mais se forem cenas reais.
O que nos salva (como sempre) é o cinema alternativo. Normalmente, são realizados com orçamento independente ou com produtoras ousadas. E isso faz toda diferença, pois dá mais liberdade aos diretores e roteiristas de incluir cenas “sem-a-menor-vergonha”. Vale salientar que, isso não faz desses filmes obras vazias ou meramente pornográficas.
A seguir confira uma lista com filmes para deixar qualquer cabeça latejando.
Shortbus – 2006
A trama tem um club nova-iorquino como fio condutor, onde os frequentadores tem a liberdade para fazer o que bem entenderem. O lugar é como uma casa para os “excluídos”(LGBTs, gordos, idosos, artistas, etc), mas todos são bem-vindos. Personagens como uma terapeuta sexual que nunca gozou, uma dominatrix solitária e um homem em depressão, trazem à tona suas manias, taras e problemas sexuais. BEM EXPLÍCITO! Lindo, gostoso e ainda muito sensível. <3
Curiosidade: Nas cenas na sala de orgias, a equipe técnica do filme também ficou nua, para que os atores se sentissem mais à vontade. I like it. (=
Anticristo - 2009
Lars Von Trier é um depravadinho de marca maior. Esse filme tinha tudo para me ganhar, mas só conseguiu que eu passasse metade da sessão cobrindo o rosto, com medo do que poderia vir (sou medroso mesmo =~~). Começa com cenas de cair o queixo. Lindas. Sexy, mas intrigante. Fotografia foda. Mas depois, entra numa vibe filme de terror com tesouras, masturbação e machados. Vai encarar?
Os Idiotas - 1998
Mais uma vez, um filme do Lars Von Trier. Nesse, os personagens agem como deficientes mentais na tentativa de atingir a total liberdade. Eles acreditam que sendo “idiotas”, conseguem ser totalmente espontâneos, pois não precisam obedecer regras do cotidiano. Na cabeça deles, não obedecendo regras de bons costumes, pode-se pedir tudo de presente de aniversário. Até umgangbang.
Ninfomaníaca - 2013
Volume I
Volume II
Esse foi um dos filmes mais esperados de todos os tempos, concordam? Todos que já viram algum filme do Lars Von Trier (Dogville, Dançando no Escuro, Melancolia,…) sabem o quanto esse diretor é ousado. Daí ele me aparece em 2012 fazendo a campanha de marketing com esse título e esse elenco. Eu faltei enlouquecer de curiosidade. E não apenas um filme, mas DOIS! Sim, caro leitor. As perversões da John, a personagem principal, não ficaram resumidas em apenas 1h58min, mas em 04h01min. Minhas considerações: tenso, foda (nos dois sentidos) e precisa assistir os dois. Apenas. Vlw flw.
Interior. Leather Bar. – 2013
Antes preciso falar do filme de 1980 que tem o Al Pacino como protagonista, chamado Cruising. A história é sobre um policial hétero (Al Pacino) que investiga o caso de um serial killer que mata seus parceiros sexuais. A trama começa a ficar interessante quando o policial se infiltra nos lugares onde o assassino frequenta: bares gays, onde os habitués estão vestidos em couro ou pouquíssima roupa, e onde o sexo é livre. Eu comentei sobre ele, pois Interior Leather Bar é um documentário sobre esse filme. Na época, ele teve cenas censuradas por serem de sexo explícito. E eis que James Franco (fiu-fiu), teve a brilhante ideia de refilmar essas cenas e também o processo de produção. O resultado são cenas de um submundo gay dos anos 80, intercaladas com um making of, no qual não se sabe se os atores estão atuando ou não.
9 Canções - 2004
Ou seja, não se preocupe em entender o filme. Dá o play e deixa o clima esquentar. Você vai ter boas cenas para se estimularem e ainda uma boa trilha sonora. ♫ Se você gosta de rock n´roll, sexo e Londres. Assista. O filme mostra a relação amorosa entre Matt e Lisa, transando bastante (e mostrando tudo). Entre uma cena e outra, apresentações de bandas hipsters bacanudas como Dandy Warhols, Super Furry Animals, Primal Scream, Franz Ferdinand e Black Rebel Motorcycle Club. Para você meu amigo roqueiro, ver com a sua gatinha roqueira.
Um Estranho no lago - 2013
Um dos filmes mais intrigantes que vi ano passado. O diretor conseguiu fazer um thriller psicológico sem pudores sexuais num ambiente estritamente gay. O filme se passa numa praia de pegação na França. O personagem principal, Franck, se atrai loucamente por um bonitão assassino, Michel. O intrigante é que Franck vê a cena do bonitão matando o namorado afogado, mas mesmo assim não consegue evitar a atração e vai atrás dele. Franck parece ter uma fixação por Michel, assim como os frequentadores parecem ter uma fixação pela praia. Então. Tenso. Mas um tenso excitante.
Ken Park - 2012
Um dos mais explícitos, intensos e complexos da lista. Quando eu assisti esse filme no cinema, só conseguia pensar uma coisa: GRATUITO. Sabe, “to mostrando por mostrar”? Mas ao reassistí-lo recentemente, mudei de opinião. Larry Clark é o mesmo diretor de Kids. Um filme que fez um barulhaço na década de 90 por mostrar um grupo de jovens americanos, suas vidas sexuais e ainda falando sobre AIDS. Ken Park segue uma linha parecida. O filme narra os problemas de 4 amigos que são bem próximos, envoltos em casos bizarros. Shawn tem um caso com a mãe de sua namorada, Tate vive brigando com os avós e gosta de se masturbar com uma gravata amarrada na maçaneta da porta, Claude é abusado pelo padastro e tem uma mãe que não o defende, e Peaches, uma jovem que como outra qualquer, quer transar mas tem um pai muito religioso. No fim, a “paz” é encontrada no sexo. O mais legal tanto em Ken Park como em Kids é a proximidade e intimidade que o diretor tem com os jovens. O filme incomoda, mas vale assistir.
Lúcia e o Sexo - 2001
ATENÇÃO: Se você gosta do cinema europeu. Essa é A INDICAÇÃO. Lorenzo é um jovem escritor que está se preparando para o seu segundo livro, quando se depara com uma declaração de amor de uma fã. Ela diz que está viciada em seu primeiro trabalho, apaixonada por ele e quer passar o resto da vida ao seu lado. Por mais estranho que seja receber uma proposta dessa de uma pessoa que você acabou de conhecer, ele aceita e os dois engatam num romance regado a sexo (obviamente). A partir daí se desenrola uma história que se eu contar vocês não acreditam. Antecipo apenas alguns detalhes: morte, uma atriz pornô, ereção na lama e uma ilha com buracos mágicos. Tudo isso envolto numa trama ligada pela literatura(<3). Assim temos a ideia de um roteiro maluco, mas o filme é um drama, supersensível e bem bonito. INDICO DE-MAIS.
Obs: A Paz Vega, atriz que interpreta a Lucía, é uma gata!
The Brown Bunny – 2003
Este filme mostra a trajetória de um homem (Vincent Gallo) solitário e triste vagando pelas estradas dos Estados Unidos. Ele passa praticamente todo o filme dirigindo um furgão preto em direção a California. Pelo caminho encontra algumas mulheres, todas com nomes de flores (Violet, Lilly, Rose). E este parece ser o único motivo de atração por elas. Aos poucos vamos entendendo o porque dessa tristeza toda. O motivo: um amor perdido, chamada Daisy. E este amor é, ninguém mais ninguém menos, que uma das atrizes mais hypes do cinema alternativo, Chöe Sevigny. É justamente com ela a cena explícita. Cena que lhe causou problemas. A indústria ficou de frescurinha e a “barrou”de alguns projetos(PURITANOS!). O filme é lento, com poucos diálogos, mas rende boas imagens e uma trilha sonora tão triste quanto bonita.
Obs: Senti um egocentrismo do Vincent Gallo. Ele dirigiu, fez câmera, foi diretor de fotografia, editor e protagonista. Egocentrismo ou baixíssimo orçamento? Risos.
A História de Richard O. - 2007
Um dos atores franceses de maior renome atualmente, Mathieu Amalric, é o protagonista deste filme. Para vocês terem uma ideia, ele atua em 007 – Quantum of solace, Grande Hotel Budapeste, Munique, O Escafandro e a borboleta e Maria Antonieta. To falando isso para provar que bons e famosos atores podem ousar em cenas de sexo e ainda assim manter o reconhecimento profissional. PALMAS PARA O CINEMA FRANCÊS, POR FAVOR!? Nisso não há o que se discutir. Richard está desiludido com sua ex-namorada, mas ainda a ama. Para tentar esquecê-la, se aventura sexualmente com várias parceiras com a ajuda de um assistente, um homem que parece ter 2 metros de altura. O altão faz entrevistas com essas mulheres. Nas entrevistas, elas falam quais são as suas taras, como gostam de serem tratadas como putas ou “violadas”. Isso acaba servindo de dica para o nosso protagonista. Tem uma super vibe de filme de arte.
Batalha do Céu - 2005
Carlos é motorista da casa de Ana desde que ela é muito pequena. Os dois tem uma relação próxima. E por próxima eu quero dizer: sexual. Ela trabalha como garota de programa em um prostíbulo e Carlos parece ser o único a saber disso. O que rola é que, ele e a esposa roubaram um bebê, que por algum motivo não explicado no filme, acabou morrendo. Ele confidencia essa informação a Ana, que o pressiona a contar o que houve a polícia. A partir daí, se desenrola uma história de ciúmes, religiosidade, sexo, família e assassinato. Tudo sendo mostrado sem muito pudor e com uma realidade que incomoda. Já não bastasse o roteiro dramático, as imagens não são bonitas. Ou seja, é um filme que se basta em uma trama interessante, com alguns planos bons. E são em alguns desses planos interessantes as cenas de sexo explícito. Que eu, pelo menos, achei nada excitantes.
Obs: Se você não é assim tão ligado a filmes de arte, nem procure.